Inhotim, o maior museu a céu aberto do mundo
Inhotim, para quem não sabe e eu já disse logo no título desse post, é o maior museu a céu aberto do mundo. Além disso, ele também é uma mistura de museu de arte contemporânea e jardim botânico, sem contar o fato de ser o maior museu de arte contemporânea do Brasil.
De onde vem o nome Inhotim
A palavra Inhotim, tem origem controversa, já que há mais de uma teoria sobre seu significado. A mais popular é a de que um minerador inglês, o “Sir Timothy”, teria morado na área. O pronome “sir”, em português “senhor”, era muitas vezes falado como “nhô”. Daí para “nhô Tim” foi um pulo.
Onde fica
Ao contrário do que muitos pensam o Inhotim não fica em Belo Horizonte e sim em Brumadinho, que fica a 60 km da capital mineira.
O acesso pode ser tanto por Betim quanto pela Serra do Rola-Moça.
Na primeira opção o motorista deve seguir pela BR-381 (também conhecida como Fernão Dias) sentido Contagem, Betim até avistar a saída do km 501 para a Rodovia MG-040, deve-se acompanhar a sinalização Inhotim/Brumadinho.
Mas se a intenção aqui for curtir a paisagem, a dica é aproveitar o caminho pela Serra da Moeda, via BR-040, sentido Rio de Janeiro. Logo depois que passar a Lagoa dos Ingleses, deve-se manter a direita e acompanhar as placas indicando Inhotim/Brumadinho.
Conhecendo o Inhotim
O Inhotim surgiu em 2004 para abrigar a coleção do empresário da área de mineração e siderurgia, Bernardo Paz, e há 20 anos começou a se desfazer de sua valiosa coleção de arte, com o propósito de formar o acervo de arte contemporânea que agora está no Inhotim.
Em 2006, o local foi aberto ao público em dias regulares sem necessidade de agendamento prévio. São atualmente 23 galerias, sendo 19 permanentes e 4 temporárias.
São 786,06 hectares, tendo como área de preservação 440,16 hectares. A área de visitação do Inhotim tem 96,87 hectares e compreende jardins, galerias, edificações e fragmentos de mata, além de cinco lagos.
Inhotim não é só um museu de arte contemporânea, como também possui florestas e ambientes rurais. Ou seja, é a arte do homem junto com a arte da natureza em perfeita harmonia. Aliás você sempre vai encontrar no meio do caminho uma obra de arte, um lago e uma bela paisagem.
O bom mesmo é se perder ao longo das galerias e jardins, mas não pense que isso será possível em um dia, pois com esse tempo mal dá para fazer uma de suas três trilhas, ainda mais que duas delas são bem grandinhas. As trilhas são a laranja, a amarela (menor) e a rosa.
E, certamente, Inhotim também é um lugar para ser sempre revisto, contemplado, admirado e estudado.
Além de ser adequado para qualquer idade ou classe social. Roupa leve, sapato confortável e uma garrafa de água, com isso você estará preparado para essa grande aventura sensorial.
Deslocar corpos e ideias, é uma das propostas do Inhotim. Percorrer as galerias projetadas especialmente para o Instituto, renovar o olhar observando os jardins e se deparar com a materialidade das obras de arte e pessoas de vários locais do mundo, faz parte da experiência neste local único.
O jardim botânico do Inhotim possui em seu acervo aproximadamente cerca de 5000 espécies de plantas. Isso representa mais de 28% das famílias botânicas conhecidas no planeta.
Rotas
Nem tente visitar o parque de forma aleatória, isso não vai funcionar e você vai só perder tempo e não vai aproveitar as belezuras do lugar. Na entrada do museu é entregue um mapa com as rotas para você se localizar lá dentro, esse mapa é muito útil, pelo menos foi para mim.
Abaixo vou sintetizar um pouco de minha experiência em cada rota, mas é só um exemplo.
Rota Amarela
É a rota mais fácil de ser percorrida a pé. Nessa rota, entre tantas coisas legais você irá encontrar:
- A árvore que é o símbolo do Inhotim (B1), o tamboril, perto dela fica o restaurante que leva o mesmo nome;
- Galeria da Praça (G3), essa surpreendentemente não leva o nome de uma pessoa, é nessa galeria que ficam os fuscas que mostrei acima;
- Galeria True Rouge. Tunga (G2) – True Rouge, redes, madeira, vidro soprado, pérolas de vidro, tinta vermelha, esponjas do mar, bolas de sinuca, escovas e por aí vai;
- Galeria da Praça (G3) é logo na entrada e também um dos locais que as pessoas mais fotografam. A obra se chama: Abre a porta, rodoviária de Brumadinho – John Ahearn & Rigoberto Torres. (A7)
Rota Laranja
- Galeria Adriana Varejão (G7) – É uma das minhas galerias prediletas, abrigando seis obras da artista, com trabalhos que expressam sua diversidade de interesses e variedade de fontes de sua pesquisa;
- Vandário (J4) – Lugar também que adoro. O vandário abriga cerca de 500 orquídeas – entre os gêneros expostos estão renantheras, ascocentrums e, é claro, vandas;
- Nessa rota você também vai encontrar o jardim desértico (J2) – Muito lindo de se ver. Ele foi inspirado nas paisagens desérticas do México e reúne plantas que, apesar de terem pouca água disponível, são ricas em beleza;
- Beam drop Inhotim (título que poderia ser traduzido livremente por “queda de viga”) (A14). Para chegar nessa escultura você vai precisar andar um pouco mais, mas vai valer à pena.
Rota Rosa
Enfim a rota rosa, um pouco mais puxada que as anteriores, mas igualmente interessante.
- Lá no topo você irá encontrar Sonic Pavilion (G10) – surpreendentemente uma das galerias mais badaladas do Inhotim. Um pavilhão circular de vidro com um buraco de 200 metros de profundidade com microfones potentes que permitem o visitante ouvir e sentir o som da terra;
- Galeria lago (G6) – É dedicada a exposições temporárias, sempre que eu vou ao Inhotim confiro o que há de novo nessa galeria;
- No caminho você vai encontrar a árvore do viajante (B20) – Tem este nome por conseguir armazenar na base de suas grandiosas folhas até 1,5 litro de água, podendo matar a sede de quem veio desprevenido. Árvore perfeita para pessoas como eu;
- Ainda na rota rosa, você irá se deparar com as esculturas de Edgard de Souza (A16) – Agrupadas pelo artista sobre uma mesma base elíptica de concreto, as três esculturas de Edgard de Souza são apresentadas juntas.
Acima dei apenas alguns exemplos do que você irá ver nas rotas, mas elas são muito mais do que isso, o bom mesmo é se perder nelas e prestar atenção em cada canto, porque sempre haverá uma surpresa boa pelo caminho.
Onde comer
O Inhotim possui dois restaurantes e uma hamburgueria. Além dessas três opções, há também alguns quiosques de lanche, mais próximos à entrada.
- Restaurante Tamboril é no estilo buffet livre – Fica aberto de terça a sextas-feira das 12h00 às 16h00 – Sábados, domingos e feriados das 12h00 às 17h00. Aceita cartões de crédito;
- Restaurante Oiticica. Esse é self-service – Horário de funcionamento de sábado a quartas-feira de 12h00 às 17h00. Também aceita cartões de crédito;
- Entretanto comer dentro do Inhotim não é uma opção barata. Por isso é bom lembrar que você sempre pode levar seu lanche, inclusive eu costumo fazer isso, uma vez que sempre fico por lá o dia todo e andar dá fome.
Como chegar
- Você pode ir de carro, vá rumo a cidade de Brumadinho, lá é bem sinalizado de onde se encontra o Inhotim;
- Se for de ônibus a partir de Belo Horizonte, há duas opções interessantes. Uma delas é pegar o ônibus na rodoviária, pela empresa de ônibus Saritur. Saída da Rodoviária de BH Plataforma F2. Atualmente a passagem custa R$ 41,05 por percurso.
- A outra opção de ônibus, e que é a minha preferida, é comprar a passagem pela Belvitur, que aliás é mais barata que o ônibus da rodoviária e também é confortável. Atualmente o valor ida e volta custa R$ 66,00. O embarque é feito na Rua Professor Moraes, 600 – Funcionários – BH-MG
Quando ir
Evite dias com chuva. Uma chuvinha leve não atrapalha, mas chuvas fortes podem por fim ao seu passeio
Um bom período para visitação são os meses de junho a agosto, pois o tempo está mais fresco e as chances de chuva são menores.
Outra época boa também são os meses de março a maio e de setembro a novembro. O calor já chegou, mas ainda não é tão intenso. Mas é sempre bom consulta a previsão do tempo e se assegurar que não irá chover no dia em que estiver lá.
Todavia é possível fazer um bom passeio nos meses de dezembro a fevereiro, porém se programe para fazer tudo com calma, com paradas para hidratação e descanso por causa do forte calor desse período. Você pode inclusive usar o transporte interno que é feito em carrinhos elétricos para reduzir o esforço e o cansaço. É só contratar na entrada do parque ou mesmo comprar pelo site.
Em virtude de as quartas-feiras, a entrada ser gratuita, há mais movimento nesse dia, portanto fique atento e se programe.
Em épocas de feriado o museu também fica cheio. O melhor é chegar cedo.
Em suma, tirando esses dias, nos demais o Inhotim é mais tranquilo. Como a área é bem grande, raramente vai acontecer de você ter que esperar para entrar em alguma galeria.
Qualquer época que você escolher, tenha certeza que fará um passeio maravilhoso.
Onde comprar ingressos
No site do Inhotim ou nas bilheterias no Museu.
Valores
Terça, quinta, sexta, sábado, domingo e feriado: R$ 44,00 (inteira)
Quarta-feira (exceto feriado): entrada gratuita
Horários e dias de funcionamento
Terça a sexta-feira: 9h30 às 16h30
Sábado, domingo e feriado: 9h30 às 17h30 – Fechado às segundas-feiras.
Em conclusão só tenho a acrescentar que vá conhecer esse museu. Vá e volte. Eu sempre volto lá. Já fui seis vezes e com certeza vou voltar outras tantas, pois cada vez nunca será como a outra.